Por Ghibson Yuri Pereira | Fotojornalismo – Faculdade Católica Paulista
A fotografia é uma ferramenta poderosa. Em frações de segundo, ela pode emocionar, denunciar ou até mudar o rumo da história. Mas e quando ela é manipulada? Quando deixa de representar a realidade para servir a interesses? É aqui que entra a ética no fotojornalismo — um tema mais atual do que nunca.
Desde os primeiros cliques usados na imprensa, a imagem foi símbolo de credibilidade. No entanto, com a chegada da era digital, editar uma foto ficou tão fácil quanto clicar. Cortes, filtros, montagens… tudo pode ser feito em segundos. O problema é que isso nem sempre é feito com responsabilidade.
Como dizia o fotógrafo Lewis Hine: “As fotografias não mentem, mas os mentirosos podem fotografar.” Essa frase, dita no início do século XX, nunca foi tão verdadeira.
A ética no fotojornalismo exige compromisso com a verdade. Não se trata apenas de mostrar o que aconteceu, mas de respeitar a dignidade das pessoas retratadas e o contexto da notícia. Fotografias sensacionalistas, por exemplo, muitas vezes causam mais desserviço do que informação — geram choque, mas esvaziam o debate.
Outro ponto crítico é o uso excessivo de imagens de dor e tragédia. A superexposição à violência pode dessensibilizar o público e transformar vidas reais em mero espetáculo. Um bom fotojornalista precisa ter sensibilidade para registrar sem explorar.
Além disso, há o dever de seguir a legislação: respeitar o direito de imagem, a privacidade e a autoria da foto. Ética não é censura, é responsabilidade.
No fim das contas, a fotografia jornalística ainda é — e deve continuar sendo — um dos pilares da memória coletiva. Cabe a nós, profissionais e leitores, questionar: essa imagem representa a verdade ou foi moldada para manipular?
“A Ética no Fotojornalismo”
Quando uma imagem manipula, a verdade morre. Ghibson Yuri Pereira
