Da Viuvez à Superação da Violência: Lia Belli Custodio Compartilha Trajetória de Fé no “Papo Aberto”

Duas mulheres Marcia Perinoti e Lia Belli Custodio, uma de vestido azul e outra de blusa escura, posando de costas uma para a outra em um estúdio de TV com cadeiras brancas e um painel laranja ao fundo.

Escrito Por: Ghibson Yuri Pereira

Em uma conversa reveladora com Marcia Perinoti, no quadro “Papo Aberto” do “Programa Olha Ela”, a escritora, teóloga e palestrante Lia Belli Custodio detalhou sua poderosa jornada de vida, marcada por um chamado ministerial precoce, a dor da viuvez e a superação de um ciclo de violência.

Lia, que hoje preside o Instituto DNA da Mulher Brasileira, contou que seu desejo de servir a Deus começou cedo, levando-a ao seminário teológico e a atuar como missionária por todo o Brasil e América Latina. Por 25 anos, ela esteve em ministério de tempo integral na Comunidade Cristã Abba, em Curitiba e Campo Largo.

O Ponto de Virada: A Viuvez

Casada com seu primeiro esposo, Pether, e mãe de duas filhas, sua vida mudou completamente em 2007. “Aprove a Deus levar o meu esposo, vítima de um acidente, de uma queda”, relatou Lia. “A partir de então, a minha vida mudou […] de uma forma bastante drástica.”

Com as filhas Yohana (na época com 8 anos) e Kézia (com 3), ela teve que “aprender a superar a viuvez, a perda, a falta”. Ela se tornou, em suas palavras, “pai e mãe juntos”, um desafio que a fez depender profundamente de sua fé para criar as filhas. “Eu tinha combinado com elas sempre que elas me trouxessem alguma demanda […] eu falava: ‘Ok, eu vou orar, espera um pouquinho’, eu falava com Deus.”

A Segunda Prova: “Sua Alma Está Doente”

Após 12 anos viúva, Lia iniciou um novo relacionamento que, infelizmente, a levou a um dos períodos mais sombrios de sua vida.

“Foi nesse tempo desse namoro com essa pessoa que eu sofri violência psicológica, violência moral, violência patrimonial”, revelou. “Tive muitas perdas, tive muitos danos, foi novamente ali para o chão, alias, sucumbindo.”

O impacto desse abuso foi tão severo que a levou a uma internação hospitalar de três dias. “Eu estava internado no hospital […] tentando descobrir o que é que eu estava sofrendo, porque as minhas dores eram reais”, contou. O diagnóstico veio de um cardiologista: “As suas dores são reais […] mas não é no seu corpo físico, isso é na sua alma. Sua alma está doente”.

Lia descreveu aquele momento como mais uma oportunidade de experimentar o cuidado de Deus, que a “restaurou” e a colocou “de pé novamente”.

A Reconstrução: Livros, Instituto e um Novo Amor

Hoje, Lia Belli Custodio é casada com Marcelo O. Custodio, com quem compartilha a vida e administra duas empresas, Canecalia e a editora “Entre Linhas – edições especiais”. Ela se define como uma “mulher realizada” e vê até as fases ruins como uma “escola”.

“Nos momentos de maior fragilidade […] é quando a gente cresce mais”, refletiu. “É quando a gente mais conhece a Deus.”

Marcia Perinoti, à esquerda, entrevista a escritora Lia Belli Custodio, à direita. As duas estão sentadas em um sofá em um estúdio, e Lia segura seu livro "Cartas Falsas".
Marcia Perinoti (esquerda) em conversa com a escritora Lia Belli Custodio (direita).

Essa jornada de dor e cura tornou-se a matéria-prima de seu trabalho. Como escritora, ela já tem 7 livros publicados, incluindo:

  • “Almas Livres”: Escrito em coautoria com outras mulheres, o livro detalha sua experiência com a violência. “Eu conto o desenrolar dessa história, mas eu mostro a ação de Deus, como Deus me tirou disso”, explicou, definindo a obra como um convite para mulheres em situação de prisão emocional “virem para fora”.
  • “Entre Jesus e Eu”: Um livro que nasceu para ajudar sua cunhada com diagnóstico de câncer, ensinando sobre como “ouvir a voz de Deus”.
  • “Marias: Mulheres que Tiveram Encontros com Jesus”: Focado no antes e depois de mulheres que tiveram suas vidas transformadas.
  • “Devocionais para Mães de Crianças Incríveis”: Voltado para mães de crianças atípicas, como as mães de autistas.
  • “Cartas para minha filha” e “Cartas para Késia”: Livros pessoais, escritos como um legado para suas filhas, que registram memórias e a história de seu casamento com o pai delas, Pether.

Lia Belli Custodio encerrou sua participação incentivando os espectadores a não deixarem suas histórias paradas. “Não permita que a tua vida, que a tua história, seja um rio represado […] mas permita que a tua vida flua. Permita que a tua história alcance outros.”

Para saber mais ou adquirir os livros:

  • Instagram e Facebook: Lia Belli Custodio
  • Pontos de Venda: Diretamente com a autora pelo Instagram, na Livraria da PIB (Rua Bento Viana, Curitiba) ou na Comunidade Vida Plena (São José dos Pinhais).

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