WWE: um guia completo para iniciantes

WWE: um guia completo para iniciantes

A WWE oficialmente chegou à Netflix. Com um grande catálogo disponível e a transmissão do Raw chegando ao vivo na plataforma a partir do dia 6 de janeiro é certo que novos públicos ficarão curiosos sobre a empresa de Stamford e também em relação a luta livre como um todo.

Se você é uma dessas pessoas, seja bem-vinda!

Neste texto, nós do WrestleBR explicaremos sobre como funciona o Pro Wrestling, majoritariamente o modelo aplicado pela WWE.

Além disso, falaremos sobre o eminente ‘fim de temporada’ que nos aguarda nesse começo de ano e como a empresa constrói suas histórias.

Em relação à transmissão e o catálogo da WWE na Netflix, a própria plataforma de Streaming lançou um texto detalhado que você pode conferir aqui.

Já podemos adiantar por aqui que esse será um conteúdo extenso, portanto esteja preparado, faça breves pausas e volte sempre que for necessário.

Vale lembrar também que este não é um texto que vai explicar sobre a história da WWE em si, mas sim o seu funcionamento. Caso seja da vontade dos leitores, este texto pode acontecer no futuro.

Sem mais delongas, vamos adentrar o mundo da luta livre, começando com a pergunta mais básica de todas.

O que é a Luta Livre?

Luta Livre (ou Pro Wrestling, uma abreviação de Professional Wrestling) é um tipo de prática esportiva que mistura técnicas de combate com teatralidade para contar histórias dentro de um ringue ou espaço delimitado.

– Então é falso?

Se por ‘falso’ você quer dizer que os resultados são pré-determinados, então sim. A luta livre é tão falsa quanto a novela das 8, um filme ganhador do Oscar ou um gibi da turma da Mônica; da mesma forma, ela consegue ser tão divertida, impactante ou leve quanto qualquer uma dessas formas de entretenimento.

Além disso, o termo ‘falso’ não seria o mais adequado, uma vez que atletas realizam os movimentos ao vivo, sem ensaio prévio do combate e sem que o público saiba o resultado, o que é uma das características mais interessantes desse tipo de prática esportiva.

As lutas não são como peças teatrais que são reencenadas e, a medida do possível, reproduzidas toda noite da forma mais competente e similar possível. Cada luta – nós os chamaremos assim pois, na lógica do programa, tem esse caráter – é única e conta sua própria história por meio de golpes, desde os mais básicos até os mais perigosos e complexos.

Tá, mas se isso é a luta livre, o que é a WWE?

O que é a WWE?

A World Wrestling Entertainment (anteriormente World Wrestling Federation) é uma federação de luta livre que, atualmente, atua sobre o guarda-chuva da TKO, que também é dona do UFC.

Há décadas a WWE produz programas semanais que misturam a prática do Pro Wrestling com um tipo de produto televisivo serializado que muito se assemelha a transmissão esportiva como a vista no futebol americano, MMA e Boxe, mas que contém elementos cinematográficos, pirotecnia e outras formas de narrativa que você pode encontrar em filmes, séries ou outros produtos do áudio visual.

Para você ter uma ideia, o Monday Night Raw, programa principal da empresa que será transmitido ao vivo pela Netflix a partir do dia 6 de janeiro, está no ar a mais de 30 anos ininterruptos!

Isso não significa que você precise ir ao catálogo da empresa e assistir a programação desde o começo.

O maravilhoso deste programa é que você, bem como em qualquer outro esporte, pode começar a assistir quando quiser e provavelmente irá se divertir da mesma forma, tanto pela natureza arquetípica de vilões e heróis facilmente identificáveis, tanto nas lutas quanto no restante do programa, mas também pelo próprio esforço da WWE em trazer resumos e no trabalho de recapitulação feito pelos comentaristas.

Mesmo assim, o dia 6 de janeiro é provavelmente um bom ponto de entrada, uma vez que a companhia já espera esse tipo de fluxo e estará orientada para familiarizar um público ainda não cativo.

Além do Raw, a WWE possui outros dois programas semanais: SmackDown e NXT. O programa da marca azul, SmackDown, foi praticamente idealizado pelo The Rock e vai ao ar toda sexta-feira e foi por muitos anos o principal show semanal da WWE. Já o NXT é como se fosse a categoria de base da empresa, um verdadeiro show de desenvolvimento de novos personagens, para que estes um dia sejam convocados para o main roster, composto pelo Raw e SmackDown.

Enfim, agora você já sabe como funciona a luta livre e, mais importante, como ela é usada pela WWE. Agora que você já foi iniciado, vamos falar um pouco sobre a luta em si e alguns termos que é provável que você ouça não só na programação, mas também ao buscar mais material para ler sobre PW (Pro Wrestling) na internet a fora.

Lutas, regras e termos comuns.

Primeiramente é preciso dizer que o que será explicado aqui é a forma como a WWE costumeiramente organiza seus combates e algumas variações que a empresa apresenta ao público.

A luta livre como prática está espalhada pelo mundo e possui as mais diversas interpretações, regras e formas de organização – inclusive aqui no Brasil.

De qualquer forma, quando se fala da WWE, as regras mais comuns são as explicadas a seguir. Lembrando que é muito comum no mundo da luta livre que os combates sejam chamados de ‘matches’, palavra que seria traduzida como ‘partida’, mesma coisa que acontece no futebol.

Junto com as explicações das regras, quando possível, teremos vídeos para exemplificar.

Regras de um combate singles (individual)

O conceito em inglês singles match é dado para um combate individual, isto é, aquele combate simples entre dois oponentes.

Em casos de lutas um contra um, o combate pode acabar das seguintes formas:

  • Pinfall: Este movimento consiste em prender os ombros do oponente no solo do ringue para uma contagem de 3 do juiz. Ele pode ser aplicado das mais variadas formas, desde a mais simples até as mais mirabolantes. O importante é que ambos os ombros do adversário estejam colados ao ringue. Em lutas comuns é preciso que essa contagem ocorra dentro do ringue e que nenhum dos lutadores estejam com quaisquer partes do corpo encostando ou embaixo das cordas, área ‘fria’ do ringue onde os lutadores teoricamente não podem lutar. Em algumas variações de luta o pinfall pode ser feito em qualquer lugar, mas geralmente isso é avisado ao público antes da luta. Além disso, esse é um elemento usado na narrativa dos lutadores no ringue, tanto para que o ‘mocinho’ se salve quanto para que o ‘vilão’ roube.
  • Submission (ou submissão): Se assemelha a finalização do MMA. Geralmente consiste em uma chave aplicada ao adversário que o coloca em tamanho estado de dor ou incapacitação que ele se vê obrigado a desistir, geralmente sinalizado pelo tap out (movimento de bater com a palma da mão três ou mais vezes no tablado ou corpo do oponente). Em certas ocasiões o lutador pode ser levado a nocaute por esse tipo de chave e, mediante checagem, o juiz também pode decidir finalizar à luta. Bem como no exemplo anterior, as cordas são o terreno de salvação do lutador. Ao alcançar esse limite do ringue, o lutador prejudicado se salva e aquele que aplica a chave tem até 5 segundos para soltar o adversário, sob pena de desqualificação caso não o solte a tempo.
  • Desqualificação (ou DQ): Um ou ambos os lutadores podem ser desqualificados de um combate caso descumpram alguma regra como não soltar o adversário após contagem de 5 segundos nas cordas ou devido a algum golpe baixo, geralmente aplicado nas partes intimas do adversário. Movimentos como mordidas, puxões de cabelo, dedo no olho e variações também são proibidos, mas geralmente os juízes são mais brandos com essas práticas, sendo aplicadas somente advertências verbais. Objetos são proibidos, sendo os mais comuns cadeiras – aquelas dobráveis de bar – bastões de kendô, soco inglês ou qualquer objeto dessa natureza. Da mesma forma é banido qualquer tipo de substância em spray ou que seja cuspida pelos lutadores (essas que são conhecidas como mists). Também é proibida a interferência física de qualquer outro lutador ou indivíduo na luta, sendo, nesta situação, o lutador beneficiado pelo ataque corporal punido com a desqualificação. Alguns lutadores levam companhia ficar do lado de fora do ringue – os chamados managers que podem ou não serem lutadores em atividade –, mas estes também estão proibidos de interferirem na luta, apesar da punição do juiz por vezes ser a expulsão dessas pessoas caso haja a tentativa de interferência ao invés de um DQ direto. A desqualificação, a depender da situação, pode ser dada para ambos os lados, acabando assim e empate, para casos em que não houver um beneficiário só da situação ou que a regra não esteja clara.
  • Count-Out (contagem): Esse é o nome dado a quando o lutador excede o limite de tempo que ele pode ficar fora do ringue. Dentro da WWE o tempo limite padronizado é de 10 segundos. A regra também pode ser aplicada a ambos os lutadores caso eles fiquem fora do ringue ao mesmo tempo. Nesse último caso, dá-se uma dupla contagem.
  • No Contest (um tipo de empate): Esse é, em suma, o nome dado quando algo muito fora do comum acontece e não é possível decidir um resultado claro para a luta, como são alguns casos de DQ.
  • Referee Stoppage (interrupção pelo juiz): Em casos de lesão ou que alguma das partes esteja impossibilitada de continuar, o juiz pode decidir parar o combate sob a justificativa de preservar a saúde e o bem-estar dos lutadores.
  • Time Limit Draw (empate por limite de tempo): Nome autoexplicativo. Embora na WWE seja muito raro, ainda mais em shows semanais, é importante deixar registrado que essa regra existe. A empresa em si não estipula um tempo limite para as lutas, apesar do limite de 30 min ser bem comum na luta livre. Em casos que exista esse limite, o juiz para a luta uma vez que nenhum dos lutadores conseguiu a vitória dentro do período estipulado. Poderia também entrar em no-Contest, mas como é uma regra mais fácil de identificar, geralmente se dá essa classificação.

Ufa, quanta coisa. Contudo, já está bem mais fácil de entender como uma luta comum funciona, ainda mais com os exemplos.

Mas e quando a luta não é 1 contra 1, como funciona? Vamos ver as variações.

Duplas, trios e o resto da galera

Na luta livre existe uma infinidade de variações de combate. Por enquanto vou mostrar aqui como, dentro dos limites das regras comuns, o número de pessoas dentro de uma luta pode variar.

  • Luta de duplas/trios/etc.: As mesmas regras ser aplicam neste caso. Entretanto, existem mais algumas normas para o funcionamento da luta quando se luta em duplas, trios ou qualquer uma dessas variações, de acordo com a lógica aplicada na WWE. Primeiramente, somente dois lutadores podem ficar no ringue por vezes. Ou seja, situação de um contra um. Os combatentes podem trocar com seus companheiros através de uma batida na mão ou em qualquer parte do corpo, movimento costumeiramente chamado de “fazer a tag” (tradução quase literal de make the tag). Neste momento o lutador que sai do ringue pode ficar até 5 segundos dentro do ringue junto de seu companheiro. Essa regra costuma ser branda para não prejudicar o andamento da luta, mas ainda assim vai depender muito de cada situação.
  • Lutas entre três ou mais lutadores: Neste tipo de luta as regras básicas de pinfall e Submission ainda se aplicam, mas não existem mais DQ ou Count Out, uma vez que, caso um lutador seja desclassificado, não é possível dar a vitória para os outros dois ou mais; além disso a WWE não costuma trabalhar esse tipo de luta no regime de eliminação, o que leva o lutador que “faz o pin” (abreviação de pinfall) ou aplica a submissão a ganhar o combate todo e não só eliminar aquele oponente. Em situações que isso varia, será dito pelos anunciadores ou pelos comentaristas do show, portanto não se preocupe. Na WWE, um combate triplo é chamado de Triple Threat (ameaça tripla), e acima disso será chamado de Four Way (quatro vias), Five Way e por aí vai. Raramente esse número ultrapassará Six Way, mas nunca diga nunca.
  • Battle Royal: Às vezes traduzido aqui como ‘batalha campal’, esse tipo de luta não possui nenhuma das regras anteriores e é geralmente disputada por uma quantidade maior de lutadores. Neste caso a regra demanda que os lutadores eliminem seus adversários os atirando por cima da terceira corda, sendo a eliminação perpetuada quando o lutador tocar com os dois pés no chão. Se você é um aluno aplicado, já está se coçando para ler sobre a Royal Rumble aqui, mas não se preocupe, ela terá uma seção própria.

Acredito que, dentre as categorias de lutas mais ‘regradas’ estas sejam as mais comuns. Isso nos leva para o próximo tópico: as chamadas lutas com estipulação.

Lutas com estipulação

Caso você procure algum vídeo de melhores momentos da WWE, é certo que veja cenas mais impressionantes para além das já vistas nos combates comuns. Estas podem acontecer em combates de estipulação, onde as regras são atiradas pela janela e outro conjunto de delimitações e formas de ganhar são decididas para aquele combate.

Veja algumas mais comuns aqui:

  • Hardcore/No Holds Barred/No DQ/Etc.: Este tipo de luta se caracteriza pela falta de limites, uma vez que permite que os lutadores podem usar objetos e agir com mais violência contra os outros. Os nomes diferentes podem significar coisas diferentes também, uma vez que algumas lutas tiram a desqualificação, mas mantém a contagem para fora do ringue e a delimitação da área ‘fria’ do ringue como as cordas e outras tiram todas essas regras. Existe inclusive um tipo de luta dessas que, além de não ter estipulação é dita como ‘Falls Count Anywhere’, o que, em tradução livre, pode significar, Decisão em qualquer lugar, o que significa que o pinfall ou a submissão pode levar ao fim do combate mesmo que aplicada fora dos limites do ringue.
  • Ladder Match (ou luta de escadas): Como o próprio nome diz, neste tipo de luta usam-se as escadas para chegar até o objeto alvo da luta, geralmente um cinturão. Outras lutas como a Money In the Bank são basicamente uma luta de escadas em que os lutadores precisam pegar uma maleta que fica no alto, mas falaremos sobre essa luta mais para frente. Outra variação deste tipo de combate de escadas é conhecida como TLC (Tables, Ladders and Chairs ou, em português: mesas, escadas e cadeiras), em que, além do objetivo comum da luta de alcançar os objetos da vitória no alto da escada, estão presentes estes outros objetos para causar mais caos e violência no combate.
  • Steel Cage/Hell In a Cell (lutas na jaula): Estes são os tipos mais comuns de luta na jaula presentes na WWE, apesar de existirem variações mais raras como a Punjabi Prison e a Lion’s Den, para dar um exemplo. Mas falando sobre a Steel Cage match: é uma luta em que uma jaula sem teto circunda o ringue, formando paredes maiores que os limites da terceira corda. Geralmente o objetivo desta luta é que o lutador escape da jaula, seja escalando suas paredes ou saindo pela porta. O lutador alcança a vitória quando ambos seus pés tocam o solo fora do ringue. Depois de um tempo também foi inserido um juiz dentro do ringue, permitindo que a vitória seja conseguida através dos meios comuns de pinfall e Submission. Já a Hell In a Cell é uma variação desse tipo de luta de jaula, onde uma estrutura de ferro mais larga, de 6 metros de altura e com teto, é colocada ao redor do ringue. Esse combate costuma ser mais violento e a vitória é conseguida pelos meios comuns de Submission e pinfall, apesar desta luta já ter acabado em ‘no Contest’ algumas vezes devido a outros fatores. Além disso, apesar da jaula da Hell in a Cell em si ser uma estrutura feita para que os lutadores não escapem, não é incomum que os combatentes acabem saindo das quatro paredes da estrutura e escalando o lado de fora para lutar no teto.
  • Submission/I Quit: esse tipo de luta consiste em fazer o oponente desistir. Geralmente a luta de submissão não tem desqualificação e o único jeito de ganhar é fazendo o oponente desistir. A ‘I Quit’ é uma variação deste tipo de combate, só que mais violento e não envolve diretamente a técnica das chaves. O objetivo deste combate é fazer com que seu oponente diga as palavras ‘I Quit’ de qualquer forma possível – geralmente é por meio de muita violência, mais que o costumeiro. O combate não tem limites de tempo, regras ou local delimitado e pode acabar em qualquer local da arena.

Shane McMahon, filho do ex-CEO da WWE, saltando do topo de uma Hell in a Cell na WrestleMania 32

Logicamente, estas não são todas as estipulações que existem, pois a luta livre é uma prática muito variada e novos formatos são criados dependendo da rivalidade que o programa quer impulsionar ou da história a ser contada. Contudo, tendo esse conhecimento básico fica fácil identificar grande parte dos combates que você verá nos shows semanais da empresa.

Agora vamos para além dos shows semanais. Chegou a hora de entender de que forma a WWE constrói suas histórias dentro do ringue.

Golpes, finalizadores e outros termos sobre WWE

Para entrar nesta parte da explicação iremos começar pelo básico dos básicos. Os lutadores estão no ringue, soa o gongo. O que eles fazem? Aí vai depender do estilo de cada lutador e das características de cada personagem.

Você, bom expectador que é, logo irá perceber que cada um daqueles atletas possui um jeito de bater, de correr e uma lista de golpes que lhe são comuns. Isso é chamado dentro da luta livre de moveset, que basicamente consiste no plantel de golpes que cada lutador tem por preferência.

Usando como exemplo, os golpes de cada lutador são como os poderes de um personagem de MOBA. Geralmente são os mesmos, possuem intensidades diferentes, mas a depender do momento que são usados tem impacto diferente nas lutas.

Por essa razão, socos, tapas e chutes mais comuns são os movimentos básicos de cada lutador. Depois disso, eles possuem movimentos que vão aumentando o grau de complexidade como o slam e o suplex. Estes são golpes que também possuem uma grande quantidade de variações, mas que consistem em atirar o oponente contra o solo.

O Slam geralmente passa pelo movimento de atirar o oponente no chão, costumeiramente de costas, após levantá-lo acima da cabeça de quem está aplicando o golpe.

O Suplex também possui essas características, mas é um movimento em que o contato é maior e que depende também do uso do peso corporal de quem aplica, tendo dinâmicas de alavanca e contrapesos que dependem muito da habilidade e não tão somente da força.

Caso você busque um detalhamento maior de cada movimento de ataque destes tipos, essa Wiki possui um guia bem completo com nomes e descrições.

Além disso existem as submissões, das quais já falamos um pouco aqui. Elas variam de complexidade, indo de uma torção no braço até múltiplas torções em várias partes do corpo, explorando as variações mais estranhas que são permitidas pela anatomia.

Ademais, existem os saltos, que também podem receber o nome de ‘dive’ em algumas narrações. Eles podem ser realizados com o auxílio das cordas ou das quinas do ringue – os famosos corners – e podem ser tanto golpes originais quanto variações de golpes que o lutador já realizaria de pé.

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